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Foto do escritorAna Andreiolo

Dunas

Se houver alguma coisa trêmula

que não seja minha mão,

nem minhas pernas,

mas meu cabelos.

De tudo me desfiz, 

o vento foi o que restou.


Nesta onda colossal de ar

me seguro pelos dedos dos pés 

agarrados ao chão trepidante.

Estou no vagão aberto de um trem 

que voa sobre trilhos.

Se deixar-me entrar e (as)sentar

perco o vento.

Parada com a boca bem aberta, 

quem corre é o trem, 

faço digestão do ar 

e dos pensamentos trépidos.


Qualquer coisa que treme

deixa vestígios.

Trincamos 

aglomerados de montanhas 

para correr túneis.

Isto diz muito sobre nossa natureza, 

que não é ser vento.

Sempre será um ato radical 

conter a invasão (territorial dos nossos corpos).


Nota celeste: Uma lua cheia vendaval, invasora, passageira no 16º grau de Libra, dia 6 de abril de 2023.

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