Testemunho
Artista visual multidisciplinar, designer, comunicóloga, astróloga, redatora e mestranda e pesquisadora pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes da UERJ.
Desenvolve projetos de branding, storytelling e arte contemporânea, escreve e desenha narrativas.




Se não fosse visível,
Vênus sumiria
o futuro
perdido
ainda há




Recalculando rota
subserviente adulador
vagueia reptante
sussurra dois sonetos
num instante se esvai
oculta-se em suas sombras
como soldado rastejante
deixa rastro pelos becos
deslizante forasteiro
antes fôssemos iguais
(Revista Corre, 2020)
Sem contato com o solo
falta diplomacia
quando se esconde
te perco de vista
te espero sair
alongada matéria
de terra movente
deixa rastro de existência
distante, tão distante
vai além, habitante
do inabitável para os alados
ah! se tivesse te encontrado antes
quando um dia fomos iguais,
rastejantes enfadados
(Revista Corre, 2020)



Ela se levantou e caminhou com pernas moles até a janela enquanto a mesa e o teto da sala de estar giravam.
Do chão, avistou as massas nebulosas que guardavam o sol.
Perna de peixe que só sabe nadar, terra firme fraqueja. Coisa de quem vem do mar.
Os campos de pedras, as pradarias esverdeadas, as veredas de musgos, os lúmens que pintam os troncos das árvores, os fungos que brotam depois das chuvas, nos contam a história do planeta e nos ensinam estratégias para persistirmos em meio aos desafios climáticos, pandêmicos e da revolução de Urano, que vem nos trazendo mudanças aceleradas.
As imagens de passado e futuro se fundem em flashes.
Em um piscar de olhos, as paisagens em pontilhismo, cintilam...As lâmpadas denunciarão sua passagem.
Ao fractalizar o mundo de dentro, equacionamos partes similares, cópias menores e de diferentes escalas do mesmo, dando chance a estas frações de interagirem por novas escolhas e caminhos, pelas possibilidades que o multiverso oferece. É a armadilha labiríntica psíquica que encontra sempre novas maneiras de atuar a cada repetição, a cada cópia de si mesma.






Desde o princípio intrínseco
alma ama espírito,
céu espelha terra,
corpo espelho d'água.
A casa é uma deusa
onde mora o lar.








Somos o direito do futuro
Somos legais e extraordinários
Somos elos reais
O direito do(de) ser consciente.








A natureza é humana
e o trabalho é interior.
O equinócio, sublimatio alquímico,
é a cabeça e o coração, a matéria e o espírito. Da flutuação dos pesos se faz um rito de pesagem: a dualidade das coisas, do equilíbrio de opostos é o atributo do justo.

